sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Rock In Rio: o boicote das bandas brasileiras na edição de 2001


Na terceira edição do festival, ocorrida em 2001, o Rappa foi o pivô de uma rebelião que ocasionou no boicote de cinco bandas nacionais: Raimundos, Charlie Brown Jr., Cidade Negra, Skank e Jota Quest.

Tudo começou quando os músicos da banda carioca descobriram que tocariam à tarde, abrindo o show para um monte de bandas gringas, e não poderiam passar o som. Então, lideraram um boicote que contou com a adesão e a solidariedade das bandas citadas acima, reivindicando a mesma estrutura concedida para as bandas estrangeiras.

Samuel Rosa, vocalista da banda Skank, comentou sobre o assunto: “Fomos muito precipitados naquela ocasião, de não estabelecer um diálogo maior com a organização do festival. O Rock in Rio tinha por tradição alguns episódios assustadores, como a rejeição que o Erasmo teve (em 1985), depois a do Lobão em 90... Então tínhamos motivos para estar com o pé atrás."

Um dos momentos mais memoráveis dessa edição, sem dúvida nenhuma, foi a chuva de garrafas que o músico baiano Carlinhos Brown levou durante a sua apresentação. Escalado em um dia que tinha Pato Fu, Ira! & Ultraje a Rigor, Papa Roach, Oasis e Guns N' Roses, o resultado até que era bastante previsível.

Nota: Apesar de ser um momento patético, Carlinhos Brown ganhou o meu respeito. Enfrentou o público, mas continuou o show, saindo do palco somente depois que teve o som do seu microfone cortado. Já Lobão, que em 1991 chegou a entrar com um ridículo capacete amarelo para se proteger, foi covarde e abandonou o palco durante a execução da segunda música.